Passeio pelo fim do mundo
Vocês devem estar pensando que esse é um post sobre o apocalipse, mas não se engane! Na verdade quando digo "fim do mundo" digo no sentido de um lugar que poucos conhecem, uma área rural, com estradinha de terra. Mas vamos pelo começo, afinal "first things first".
Nesta manhã nublada, eu, meu pai e minhas irmãs saímos para um passeio de bicicleta pelo nosso bairro tranquilo com ruas de terra. Atravessamos a ponte do ribeirão que há por aqui e eu percebi o quanto a poluição diminuiu durante a pandemia, apesar de ainda estar cheio de espuma e de um cheiro horrível de esgoto. Por isso que eu e minha família chamamos o ribeirão de "Rio Fedorento". Chegamos à casa de um senhorzinho simpático que anda pelo nosso bairro com uma bengala improvisada e seus pets, quando digo pets quero dizer um gato chamado Geraldo, uma cadela com rabo enrolado chamada Mocinha, um cachorro chamado Neguinho e um filhote de cachorro chamado Pitoco. Mas o homem não estava lá, quem veio nos receber foi o simpático Pitoquinho, e logo começou a brincar com minha irmã mais nova.
Depois seguimos por uma rua íngreme e fomos subindo até chegarmos em um ponto bem alto, de onde conseguíamos ver um panorama da cidade, de um lado prédios e casas, do outro um emaranhado de árvores com flores de todas as cores e alguns telhados. Embaixo de nós havia um sítio com cavalos e um lago seco. Gostaria de ter tirado uma foto, mas havia esquecido de trazer o celular.
Fomos andando até chagar em uma rua onde havia um cercado com várias vacas e bois. Depois entramos em um trecho mais arborizado, de onde caiam frutas verdes parecidas com mamão, de onde na verdade saíam chumaços de uma espécie de algodão. Perto dali havia outra vista, mas dessa vez para a cidade e suas casas.
Chegamos em um trecho mais reto, com um capim balançando ao vento. Depois fomos parar no meio de um trecho com mata Atlântica, e percebi como o cheiro da mata é forte e úmido. O que aprendi dessa volta, é que como é importante nos desconectarmos do online de nossas casas para conhecer o mundo ao redor.
Na volta vimos um placa que dizia coisas como "Deus abençoe o rolê" e "pedalar é vida", além de uma outra placa que dizia haver um café para ciclistas por perto, mas não avistei nada... Quando olhamos para cima, percebemos que havia uma boneca de plástico sentado em uma bicicleta de criança pendurada numa árvore... Sinistro... Depois vimos que alguém havia perdido um molho com dias chaves na rua. Meu pai construiu uma espécie de pirâmide com gravetos e pendurou as chaves em cima, depois eu e minhas irmãs pegamos pedras e colocamos envolta da estrutura para que ficasse mais destacada e quem tivesse perdido as chaves encontrasse.
Ao passar novamente pela casa do Pitoquinho, lá vinha o senhorzinho com sua bengala improvisada e todos os seus pets. Conversamos um pouco com ele e atravessamos a ponte do Rio Fedorento. Ao cruzar uma esquina meu pai parou para conversar com um moço que estava sentado em sua cadeira de praia na calçada. Ele disse que plantaria uma horta comunitária ali perto, uma grande estufa, e deixaria ali para quem quisesse pegar o que precisava. Meu pai de ofereceu para ajudar, quem sabe eu não posso fazer uma reportagem sobre a "construção" dessa horta? Aguardem por um post (ou vários) com fotos, entrevistas e a cobertura desse projeto!
Até mais!
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